Não nos escapou um.

Agressividade, Afetividade, Aflição, Alegria, Altruísmo, Ambivalência, Amizade, Amor, Angústia, Ansiedade, Antipatia, Antecipação, Apatia, Arrependimento, Auto-piedade, Bondade, Carinho, Compaixão, Confusão, Ciúme, Constrangimento, Coragem, Culpa, Curiosidade, Contentamento, Depressão, Desabafo, Deslumbramento, Dó, Decepção, Dúvida, Desapontamento, Egoísmo, Empatia, Esperança, Euforia, Entusiasmo, Epifania, Excitação, Fanatismo, Felicidade, Frieza,
Frustração, Gratificação, Gratidão, Histeria, Hostilidade, Humor, Humildade, Humilhação, Incómodo, Inspiração, Interesse, Indecisão, Inveja, Ira, Isolamento, Luxúria, Mágoa, Mau-humor, Medo, Melancolia, Nojo, Nostalgia, Ódio, Orgulho, Paixão, Paciência, Pânico, Pena, Piedade, Prazer, Preguiça, Preocupação, Raiva, Remorso, Repugnância, Resignação, Saudade, Simpatia, Soberba, Sofrimento, Solidão, Surpresa, Susto, Tédio, Timidez, Tristeza, Vergonha, Vingança.

The last goodbye.


Peço desculpa aos meus Pais, por o que sofreram durante este tempo.
Peço desculpa aos meus Amigos, que sempre me aconselharam.
Peço desculpa a mim, por me perder.
Peço desculpa a Ti, por existir.

A ti Deus, não te perdoo, por me deixares ser o que sou.

Em prol do Assim Seja...

Já estou a fugir de mim.
Já estou a apagar-me.
Já estou a esquecer-me.

Para aqueles que me entendem...

Alberto Caeiro

«Não sei o que hei-de ser comigo sozinho.»
Edvard Munch - O Grito.

António Gedeão disse bem...

"Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nehum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.

Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;

Dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;

Dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,

Este ser-se sem disfarçe,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém."

Tu e Fernando Pessoa foram amigos?

Acho que ele escreveu isto para ti...

"Mais que tudo choro já não te amar,
Sim, choro a tragédia de não ser o mesmo na alma,
De te ser infiel sem infidelidade,
De me ter esquecido de ti sem propriamente te aborrecer."

Pelo menos tiveste a modestia de o dividir comigo, eu fiquei com o Choro, e tu com o não amar.

Esquecer-te

É tentar arrancar uma flor,
puxando o planeta invés do caule.
É apagar a ultima vela,
numa noite de escuridão.
É cortar a corda que nos prende a vida,
na mais alta falésia.
É fugir de lugares e momentos,
que não foram poucos.
É saltar os anos,
que foram muitos.
É arrancar me de mim próprio.
Esquecer-te, é esquecer me.
É fugir de mim,
É apagar me.
Esquecer-te é a tua felecidade.
Assim seja.

Amanhã, serás feliz.

Rendição

Noite cerrada de chuva torrencial, o cavaleiro, outrora o Unico, caminha de arrasto perante a terra inundada, dos seus olhos corria sangue. Derrotado, ajoelha-se no solo imundo, sem mais nada na vida que o acompanha-se entrega a sua arma, retira cansadamente a sua armadura, rendeu-se, a volta uma orde de caras semi-descobertas emanavam olhares de odio, de orgulho e de vitória. O cavaleiro acabara de entregar tudo o que tinha. Já Longe... ouve as palavras vitória, de uma multidão.
Acordou. Não era cavaleiro algum, era apenas O Outro, mas também outrora o Unico, não havia arma, não havia armadura. Não havia nada, nem vozes. Era ele apenas ele, desmaiado na terra encharcada enquanto as pingas do sobreiro lhe caiam pesadamente na cara e se misturavam com as lagrimas. Era a realidade, ao contrário do cavaleiro, este não entregou uma arma, mas perdeu o coração, não entregou uma armadura, mas perdeu a alma, não perdeu o titulo de cavaleiro, mas sim o seu pilar, a sua vida, a sua força. O Outro era agora apenas, um corpo oco, de olhar baço, a caminhar de paços mecanicos, lado a lado com o tempo. Tic Tac, Tic Tac, confundem-se com o palpitar do seu motor, antes um coração. Parou. Olho em volta e vê tudo escuro, decide o caminho, é em frente. Chama o tempo e vão, sem sentido, sem conteúdo. Ao contrário do caveleiro este não tinha sido derrotado, mas destrúido. E assim se faz o caminho, a espera que o tempo o pare, ou ele pare o tempo.
Talvez seja uma paga por os seus erros, talvez, seja o que mereça. Talvez não exista volta a dar. Talvez seja apenas uma ruina.

Aqui estou. Por enquanto.

Sim estou aqui. Não sei para que serve, qual o objectivo, nem o que pretendo com ele. Apenas está aqui, não sei se vou continuar a escrever, e sobre o que não sei, não sei nada. Sei quem Amo. É a unica certeza que tenho, e de sentir a dor dessa pessoa a apagar-me da sua vida. Não me vou matar, de uma vez, mas sinto a vida a vazar-se em cada lágrima que deito, gota a gota, a minha vida escoa-se como uma torneira a pingar. Impotente, desesperado (será este blog um acto de desespero?). Cada dia que passo estou mais fraco, mais pobre, mais triste, mais destruido, mas longe, mais apagado, mais morto.